Logoaudiometria

LOGOAUDIOMETRIA
- Diferente da audiometria tonal (onde avaliamos a audição através das frequências fundamentais ou tons puros), na logoaudiometria iremos utilizar a nossa fala (que consiste na união de várias frequências) ao realizarmos a conversão grafofonêmica ao falar palavras trissílabas, além das palavras monossílabas e dissilabas, dependendo do caso, para verificarmos o Limiar de Reconhecimento de Fala (LRF) e o Índice de Reconhecimento de fala (IRF), respectivamente

Limiar de Reconhecimento de Fala (LRF)
- Lembra da média tritonal, onde somamos os limiares das frequências de 500 Hz, 1000 Hz, 2000 Hz e depois dividimos 03? 
- O resultado encontrado nesse cálculo é somado com 40 dB. Caso o resultado seja um número quebrado, soma-se com 40 dB e posteriormente arredondamos, para mais ou para menos. 
- Quando somamos a média tritonal com os 40 dB, começamos a falar as palavras trissílabas postas em uma folha cujo deve estar a frente de nossa boca para que o paciente não encontre pistas articulatórias da fala e a partir de então, quando o paciente consegue repetir essas palavras, diminuímos de 10 em 10 dB. Caso o paciente erre uma palavra, elevamos em 5 dB, até encontrar o seu limiar. É bastante semelhante com a audiometria tonal, não? 
- É esperado encontrarmos o limiar de reconhecimento de fala igual à média tritonal ou 5dB a 10db acima.
- Vamos pensar um pouco! A média tritonal nos dá o grau de perda auditiva, certo? Se o resultado encontrado no Limiar de Reconhecimento de Fala deve ser compatível com a média tritonal, logo o LRF também nos dará também o grau da perda auditiva:


                Graus de Perda Auditiva
  • 0 dB até 25 dB - Audição dentro dos padrões de normalidade;
  • 26 dB ate 40 dB - Grau leve;
  • 41 dB até 55 dB - Grau moderado; 
  • 56 dB até 70 dB - Grau moderadamente severo;
  • 71 dB até 90 dB - Grau severo;
  • Maior que 90 dB - Grau profundo

Suponha-se que a média tritonal seja de 43,6 dB. Em qual grau de perda essa média poderia ser classificada e como ela poderia ser arredondada? Resposta: esta média poderia ser classificada como perda de grau moderado e arredondada para 45 dB. Se fôssemos arredondar para 40 dB, por exemplo, mudaríamos o seu grau de perda auditiva!


Vejamos um exemplo, com a imagem 06:

Vamos analisar orelha por orelha 
OD apresenta perda auditiva condutiva de grau leve, com média tritonal igual a 40dB, LRF igual a 40dB e IRF igual a 92% mono. OE apresenta perda auditiva condutiva de grau moderado, com média tritonal igual a 50dB, LRF igual a 60dB e IRF igual a 96% mono. 

- Vamos fazer um exercício? Verifique a média tritonal de cada diagnóstico visto anteriormente (audição normal, perda auditiva condutiva, perda auditiva mista e perda auditiva neurossensorial) e dê o grau de perda auditiva ou confirmação de audição normal para cada um deles.


Índice de Reconhecimento de Fala (IRF)
- Nesta segunda e última etapa da logoaudiometria, o fonoaudiólogo irá verificar o aspecto qualitativo da audição, através de palavras monossílabas e se caso precisar, dissílabas; 
- Diferente do LRF, o IRF é realizado com uma intensidade sonora (dB) fixa, portanto, não há necessidade de adicionar decibéis no audiômetro quando o paciente erra a palavra ou subtrair decibéis no equipamento quando a paciente acerta; 
- Através do IRF, é possível identificar:
  • Audição dentro dos padrões de normalidade; 
  • Perda auditiva condutiva; 
  • Perda auditiva mista; 
  • Perda auditiva neurossensorial. 
- Após o fonoaudiólogo obter a média tritonal (MT), soma-se este resultado a 40dB, no audiômetro. Suponha-se que seja 70dB. Nesta mesma intensidade sonora, lê-se em voz alta, uma lista de 25 PALAVRAS MONOSSILÁBICAS, que equivale a um total de 100%; 
- A cada erro, desconta-se 4% desse percentual total; 
- Caso o paciente tenha um IRF menor/igual 88% para as palavras monossilábicas, faz-se necessário a realização da leitura em voz alta para palavras dissílabas, onde 25 palavras correspondem a 100% e a cada repetição errada do paciente, desconta-se 4% desse total. 
  • A indicação de audição normal ou perda auditiva condutiva dá-se através de 100% ou 92% mono; 
  • Menor/igual 88% mono, configura-se perda auditiva neurossensorial ou mista; 
  • Menor/igual 60% mono, há indicação de dano retrococlear, isto é, no ramo coclear. 



Referência Bibliográfica
SANTOS, Teresa M. M. et al. Prática de Audiologia Clínica. 8. ed. São Paulo: Cortez, 2011.

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